Quando tudo falha e Deus parece ausente: o que fazer?
17 de junho de 2025 2025-06-17 14:41Quando tudo falha e Deus parece ausente: o que fazer?
Crises intensas nos forçam a confrontar nossas limitações. Existem momentos em que tudo ao nosso redor parece falhar—nossas forças, recursos e esperanças. Nessas horas, o conforto mais comum para os cristãos é lembrar que Deus está conosco. Mas o que fazer quando, além de tudo falhar, Deus também parece ausente? Quando não sentimos Sua presença, quando orações parecem não ser ouvidas e quando o silêncio parece ser a única resposta?
O sentimento de que Deus está ausente não é novo na experiência humana. Diversos personagens bíblicos passaram por momentos em que pareciam estar abandonados por Deus. O livro de Salmos, por exemplo, registra várias orações de desespero, onde o salmista clama por uma resposta divina.
No Salmo 22:1-2, Davi expressa: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia? Ó meu Deus, clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio.” Enxergamos aqui nosso próprio coração humano clamando diante do silêncio de Deus.
Fato, porém, é que, mesmo quando não percebemos a ação de Deus, Ele ainda está presente e ativo. Assim como Davi, devemos expressar nossa dor e incerteza, sem abandonar nossa fé. O silêncio de Deus não significa Sua ausência; muitas vezes, é um convite à maturidade espiritual e confiança mais profunda. É difícil, mas essa pode ser uma explicação para esse sentimento de solidão.
Deus nunca nos abandona, mesmo quando parece ausente. Em Deuteronômio 31:6, o Senhor promete: “Não temas, nem te assustes, porque o Senhor, teu Deus, é quem vai contigo; não te deixará, nem te desamparará.” Essa promessa está em toda a Bíblia, sendo reafirmada em diversos momentos, inclusive por Jesus em Mateus 28:20, onde Ele diz: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”
Ainda que nossas emoções e percepções possam sugerir o contrário, a fé nos leva a crer que Deus está presente em meio ao caos, mesmo que invisível. A ausência percebida pode ser um momento de provação, onde somos desafiados a continuar confiando em suas promessas.
O apóstolo Paulo lembra em 2 Coríntios 5:7 que “andamos por fé, não pelo que vemos“. Isso implica que, quando Deus parece distante, nossa tarefa é continuar confiando, sabendo que Sua presença não depende de nossa percepção.
Um dos momentos mais marcantes para mim, na Bíblia, sobre o aparente abandono de Deus é o clamor de Jesus na cruz. Em Mateus 27:46, Jesus grita: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Nesse momento de angústia, diante da morte de cruz, o Filho de Deus experimenta o peso do abandono. Esse clamor é uma citação direta do Salmo 22, e nos lembra que até o próprio Cristo, em Sua humanidade, experimentou o silêncio de Deus.
No entanto, após o silêncio desesperador de Deus, a cruz foi o caminho para a maior obra redentora da história—Jesus ressuscitou, vencendo a morte e trazendo salvação à humanidade. A cruz nos ensina que o silêncio de Deus pode preceder grandes obras de redenção e transformação.
Então, o que fazer quando Deus parece ausente? A Bíblia nos dá um caminho claro: continuar orando, perseverar na fé e buscar apoio na comunidade de fé. Em Romanos 12:12, Paulo nos exorta a “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração.”
Mesmo quando a resposta não vem, a oração é um ato de fé e submissão. Continuar orando nos mantém conectados com Deus, e o ato de perseverar refina nosso caráter e fortalece nossa fé. Além disso, compartilhar nossas lutas com outros irmãos e irmãs pode trazer consolo e nos lembrar de que não estamos sozinhos.
Em Hebreus 6:19, lemos que a esperança que temos em Deus é “uma âncora da alma, firme e segura.” Essa imagem de âncora nos remete à estabilidade em meio às tempestades. Quando não há mais respostas ou soluções humanas, nossa esperança em Deus é o que nos mantém firmes. Essa esperança não é uma expectativa vazia, mas é enraizada na certeza das promessas de Deus, como descrito em Sua Palavra.
Mesmo que não entendamos os caminhos de Deus ou Seus tempos, essa esperança é baseada na fidelidade de Deus ao longo da história e em Suas promessas futuras de redenção e restauração e isso não é simplesmente um sentimento positivo, mas uma confiança profunda na fidelidade de Deus, que nunca falha. Nossa âncora está firmada no caráter imutável de Deus e em Sua promessa de estar conosco, mesmo nos momentos de silêncio. O silêncio de Deus pode ser um convite para uma fé que ainda não experimentamos, para uma dependência maior de Sua graça e para a formação de um caráter moldado pela perseverança.
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Pr. Gedeon Lidório
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